Um ato de vandalismo provocou a paralisação do Sistema Caixa D´ Água, em Dois Unidos, prejudicando o abastecimento de água de 350 mil pessoas de bairros da Zona Norte do Recife. Um trecho de 20 metros de uma adutora, de 450 mm de diâmetro, cedeu na última sexta-feira (9), após a ação de vândalos, que manusearam indevidamente um registro já inoperante, para o desvio e represamento da água para tomar banho, como opção de lazer. A ação danificou o equipamento, provocou o vazamento continuo de água e, consequentemente, a queda da barreira que sustentava a tubulação, localizada na Mata do Canil, em Dois Unidos. “A Compesa não foi informada sobre os danos e a situação só foi descoberta porque o nosso operador percebeu a queda de vazão do sistema, entrou na mata e saiu em busca de algum vazamento”, revelou a gerente da Unidade de Negócios da Compesa, Isabele Souto.
Em virtude da queda da barreira, a Compesa está remanejando 60 metros de tubulação para desviar o curso dos 20 metros de tubos danificados, cujos serviços não podem ser efetuados com o sistema em funcionamento. Com a paralisação do sistema, foi preciso suspender o abastecimento para os moradores dos bairros de Dois Unidos, Nova Descoberta e Vasco da Gama. Também foram prejudicadas as localidades de Caixa D´água, Alto Nossa Senhora de Fátima, Alto Treze de Maio, Alto Mundo Novo e parte do Morro da Conceição, Alto da Favela, Alto do Carroceiro, Alto Santa Tereza, Alto da Bica, Alto da Telha, Alto Visconde de Garrety, Alto do Rosário, Alto do Capitão e Alto Maracanã. A expectativa é de que os trabalhos sejam finalizados amanhã (13), quando será retomada a distribuição de água, gradativamente, de acordo com o calendário de cada bairro.
De acordo com a gerente da Compesa, Isabele Souto, algumas pessoas estavam fazendo o uso indevido de um registro já inoperante da Adutora de Dois Unidos, localizada próximo ao reservatório da Esperança, dentro da mata – que é relativamente rasa – para tomar banho. O registro foi danificado e rompeu, causando a saturação da barreira que, por sua vez, cedeu e levou junto a tubulação. “Essa foi a segunda vez que o registro quebrou devido ao manuseio irregular. Mas desta vez, os prejuízos foram maiores. O grande volume de água provocou a saturação da barreira, de 20 a 30 metros de cumprimento e doze metros de altura levando a tubulação junto, relata Isabele Souto.
Por estar localizada numa área de difícil acesso, foi necessário desmatar um caminho, cerca de 200 metros de mata adentro, para transportar mão de obra, material e equipamentos, como retroescavadeiras, até o local onde houve o desacoplamento da adutora. “Enfrentamos mais dificuldades para executar os serviços devido às chuvas que ocorreram nesse final de semana, que deixaram o terreno ainda mais encharcado e com lama. Isso atrapalhou o andamento dos trabalhos”, informa a gerente. A Compesa estima que o prejuízo financeiro fique em torno de R$ 400 mil, além do desabastecimento da população. “Devemos levar em consideração também o risco de vida à população. Caso houvesse moradias nas proximidades da barreira, teria ocorrido uma tragédia”, finalizou a Isabele Souto.