Fiscalizar roubo de água em adutoras tem sido uma rotina para a Companhia Pernambucana de Saneamento- Compesa, que começa a atuar quando percebe uma queda acentuada de vazão nos sistemas de abastecimento e reclamações de falta de água da população. Na última sexta-feira (23), no final da tarde, uma equipe da Compesa flagrou um motorista de carro-pipa desviando oito mil litros de água, capacidade de armazenamento do veículo, em um trecho da Adutora do Oeste, no município de Parnamirim, no Sertão. Tão logo percebeu a presença dos técnicos da Companhia, o motorista infrator fugiu, deixando o veículo no local.
Como estavam sem o apoio da polícia, os funcionários da Compesa apenas retiraram os equipamentos acoplados irregularmente na Adutora que permitiam a retirada da água, que deveria estar chegando na casa das pessoas. Foi registrado um Boletim de Ocorrência na cidade de Ouricuri para que o caso seja apurado e que o infrator seja identificado e responsabilizado pela irregularidade.
Os números levantados pela Compesa de furto de água são alarmantes na região do Araripe. Em determinados trechos da Adutora do Oeste, pipeiros agem à noite e fazem, em média, 70 viagens transportando água roubada, o que corresponde a uma perda de 560 metros cúbicos, que daria para abastecer, por exemplo, uma localidade do porte de Granito, que tem cerca de 5 mil habitantes, durante um dia inteiro. O prejuízo, por mês, chega a quase R$200 mil.
Para o gerente da Compesa, João Virgilio, além do prejuízo financeiro da empresa, o maior dano ainda é o prejuízo ao abastecimento de água, pois a anormalidade no sistema significa menos água para distribuir. Ele lembra que a prática de furto de água é qualificada como crime contra o patrimônio, de acordo com o artigo 155 do Código Penal Brasileiro. A pena prevista na lei é reclusão de um a quatro anos, além de multa. Quem for pego em flagrante será conduzido a uma delegacia, onde o auto de prisão será lavrado e o infrator responderá criminalmente pelo furto de água.