O setor de saneamento esteve reunido durante quatro dias, na semana passada, em São Paulo, para discutir o futuro e apresentar soluções para esse desafio da infraestrutura das cidades. A sexta edição do Encontro Nacional das Águas.
(ENA) contou com a presença do presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Roberto Tavares, que, na ocasião, representou a Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe), da qual também é presidente. O Programa Cidade Saneada, iniciativa do Governo de Pernambuco e tocado pela Compesa, foi amplamente discutido no encontro. Como resultado dos debates, o ENA divulgou a Carta das Águas. O documento é um conjunto de propostas para o saneamento no país e faz parte do projeto Rumo à Brasília, preparatório ao 8º Fórum Mundial da Água, a ser realizado na capital federal em março de 2018.
O 6º ENA apresentou como tema central o painel “Cidades saneadas: uma realidade ao alcance do Brasil”. Foi nesse espaço que o exemplo da Compesa, que firmou uma Parceria Público-Privada com a Odebrecht Ambiental para solucionar o déficit de esgotamento sanitário na Região Metropolitana do Recife e em Goiana, na Mata Norte, foi apresentado pelo presidente Roberto Tavares. Além da Compesa, prestadores públicos e privados de saneamento do país e o Governo Federal apresentaram suas experiências e como elas poderiam inspirar o futuro do setor.
Ao abordar o Programa Cidade Saneada em sua colocação, Roberto Tavares destacou os frutos que já estão sendo colhidos em apenas dois anos de parceria. Na área de cobertura do programa, mais de 80% das estações elevatórias e de tratamento foram recuperadas, 100% das ordens de serviço são atendidas em até 48 horas e inovações tecnológicas foram aplicadas na melhoria da prestação do serviço de saneamento. Até 2015, mais de R$ 300 milhões já haviam sido investidos, do total de R$ 4,5 bilhões previstos para o programa que vai beneficiar quatro milhões de pernambucanos. “Precisamos estimular novas formas de parceria na área de saneamento, para que esse importante serviço possa chegar à população”,afirmou Tavares.
Também participaram do painel o presidente executivo da Associação Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon), Roberto Muniz, o secretário nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, Paulo Ferreira, o presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), Dante Ragazzi Pauli, e o presidente da Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae), Aparecido Hojaij. O encontro teve a mediação do jornalista William Waack.
As experiências do setor apresentadas no 6º ENA nortearam a Carta das Águas, um documento que sugere a melhoria do uso dos recursos hídricos no país e da infraestrutura de saneamento. Dentre as propostas que serão levadas ao Fórum Mundial da Água, em 2018, estão o incentivo à prestação de serviços de saneamento em áreas vulneráveis; melhoria da eficiência e da qualidade dos serviços através de programas de capacitação, gestão de pessoas por competências e incorporação de processos e tecnologias inovadores; criação de uma agência nacional de saneamento básico; instituição do reaproveitamento dos resíduos gerados pelo tratamento do esgoto como fonte energética alternativa; e o fortalecimento da gestão dos serviços urbanos integrada com sua bacia hidrográfica.